Por que o navio não afunda?

Outro dia, o Marcos Emílio, “um menino de 36 anos”, como ele mesmo disse, nos perguntou o seguinte: mesmo com aquele peso todo, por que o navio não afunda? Então fomos conversar com o Dr. Domingos Soares, que durante muitos anos foi professor do curso de Física da UFMG. Entre os experimentos de Arquimedes e diferenças entre forças, ele falou sobre o conceito de “empuxo”. Sabe como funciona? Veja o que ele disse:

“Vamos fazer uma experiência. Pegue uma garrafinha vazia de água mineral, ou qualquer garrafinha de plástico, tampe-a e coloque-a num balde cheio de água. Você verá que a garrafinha flutuará sobre a água. Se você olhar bem, verificará que ela afunda um pouquinho de nada. Agora, encha a garrafinha até a metade com areia. Tampe-a novamente e coloque-a no balde. Desta vez você verá que a garrafinha flutua na água mas, para isso, será necessário que ela afunde bem mais do que quando estava vazia. O mesmo ocorre com o navio. Para que ele flutue é necessário que ele afunde um pouco.  

Quando um corpo é colocado na água ele desloca essa água para o fundo e para os lados. A água deslocada exerce uma força sobre o corpo, empurrando-o para cima: ela tenta, desta forma, voltar ao lugar que ocupava.

é esta força que impede que o navio afunde. Mas para isso, ele precisa afundar o suficiente para que a força da água deslocada permita que ele flutue. Você pode verificar, na experiência da garrafinha, que se enchê-la totalmente de areia ela não flutuará. A força da água deslocada não será suficiente para mantê-la flutuando. é por isto que a carga de um navio não pode ser muito grande.

A primeira pessoa que respondeu de maneira correta a esta pergunta sobre o navio foi o matemático grego Arquimedes. Ele viveu no século III a.C. em Siracusa, na Sicília, localizada atualmente na Itália, mas que na época era uma colônia grega. Ele foi o maior matemático da antiguidade e exercia muitas outras atividades também. Entre elas estava a curiosidade a respeito dos fenômenos da natureza.”

Ilustração: Leonardo Barros

2 thoughts on “Por que o navio não afunda?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *